Hoje de manhã fui ao IKEA e vi-o.
Alto, cinquentão, com ar de quem está bem na vida. Muito esticado, como se estivesse a ver o que se passa à sua volta mas que no fundo quer é que todos o vejam...de capacete de mota enfiado no braço e vestido de cabedal da cabeça aos pés.
É ele. O próprio. O Homem na Crise de Meia Idade (reparem nas maiúsculas, dignificam ainda mais o título).
Achei o máximo. Estava lá, parado, em modo pavão. À espera que todos olhassem para ele.
Tinha ar de quem em toda a sua vida andou tanto de mota quanto eu andei até agora (para que conste, tenho pavor e só ando com o meu mais que tudo a conduzir). A forma desajeitada com que segurava no capacete demonstrava a sua inexperiência nestas lides. A roupa, nova, com ar de ter sido estreada há pouquíssimo tempo, contribuía para o ar pouco legítimo da coisa.
O pior foi que o Sr escolheu a pior hora para ir ao IKEA. Em vez das milhentas miúdas giras que certamente esperava encontrar, só tinha velhinhos. Velhinhos fofinhos que foram tomar o seu pequeno almoço a 60 cêntimos...
Sem comentários:
Enviar um comentário